Do Jeito Que a Gente Gosta

1984

Do Jeito Que a Gente Gosta
    • Azedo e Mascavo (Celso Adolfo) Letra

      É um beco estreito onde eu vou

      Passar com a minha paixão

      Minha ferramenta é minha mão

       

      Eu choro e canto, eu sou bravo

      Eu sou azedo e mascavo

      Eu tô na cruz, eu sou cravo

       

      Eu lavo a terra do chão

      Tem um juá no meu chão

      Eu como aqui desse chão

       

      Rimo no mesmo tão

      Alegria com violão

      Esperança, trabalho e mão

       

      Você já viu meu retrato

      Eu sou matuto e mato

      Se gato voa, eu sou gato

       

      Diz que eu sou brasa e vulcão

      Diz que eu sou luz e vulcão

      Eu mal nem sei disso, não

       

      Eu faço é fogo na vida

      Eu caço é o fogo da vida

      Eu teço é o fogo e a vida

       

      Eu canto em primeira e terça

      Quarta, quinta, na sexta

      Eu trago a minha canção

       

      Rimo no mesmo tão

      Alegria com violão

      Esperança, trabalho e mão

       

      Você já viu meu retrato

      Eu sou matuto e mato

      Se gato voa, eu sou gato

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo, Yamaha GS-2, DX-7, Prophet e Arp Quadra: César Camargo Mariano

      Violão: Celso Adolfo

      Programação de sintetizador: Mazzola

    • Toque de Amor (José Rocha / João Lyra) Letra

      O amor é a luz guardiã da cidade

      Que ilumina o cortejo de poucas nações

      Colorindo a tristeza de felicidade

      Com tambores

      Alegria dos negros lampiões

       

      Tem caixas de guerra

      Tarol e agogô

      Cantar resplandô

      Pra depois debanar

       

      O amor, flor da pele

      A luz, o açoite

      Que caminha lenta noite dos maracatus

      Batucando dentro do coração da cidade

      O delírio

      A magia dos baques virados

       

      Tem reis e rainhas

      Do sol e do mar

      O toque de amor

      Pra gente se encantar

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo de base e metais, piano Yamaha, baixo e sintetizador: Zé Américo Bastos

      Baixo: Antônio Santana

      Guitarra: Zeppa Souza

      Bateria: Rubinho

      Percussão: Sidinho

      Surdo: Tangerina

      Congas: Zizinho

      Saxofones: Marcelo, Leo Gandelman e Zé Carlos

      Flauta: Leo Gandelman

      Trombones: Serginho e Paulo Willian

      Trompetes: Bidinho, Paulo Roberto e Nilton Rodrigues

      Vocal: Viviane, Loalwa, Marcio, Regininha, Jaime Alem, Betina, Neila, Tadeu Mathias e Lenine

      Simon’s e programação de sintetizador: Mazzola

    • Feitiço de Gafieira (Tadeu Mathias / Jaguar) Letra

      Pra que falar de tristeza

      Galo cantou, diz que vem

      Na barra do dia sorrindo

      A manhã, ser feliz

      Vem que tem

      Fuzuê na gafieira

      Rela, rela que aí vem

       

      Mais um chorinho

      Meu amor, balançadinho

      Vem dançar com esse jeitinho

      Que é meu e de mais ninguém

       

      Me enrosca toda

      Me dá um abraço

      Acerta o passo da minha paixão

      Parece até que há um descompasso

      Batendo no meu peito, no meu coração

       

      Quero bem tanto de você

      Quero no ponto

      Me deixa tonto de amor beber

      No céu, a lua se derrete em pranto

      Chorando de inveja d’ocê

      No céu, a lua se derrete em pranto

      Chorando de inveja d’ocê

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo: Zé Américo Bastos e Zeppa Souza

      Acordeom: Severo

      Piano Yamaha, DX-7, Baixo e Prophet: Zé Américo Bastos

      Bateria: Rubinho

      Percussão: Sidinho, Marcos Rocha e Jorge Luiz

      Surdo: Carlos Alberto

      Violão de 7 cordas: Horondino

      Cavaquinho: Valmar

      Pandeiro e Clave: Zizinho

      Flauta e Sax: Zé Carlos e Leo Gandelman

      Sax tenor e Flauta: Marcelo

      Trombones: Paulo Willian e Serginho

      Trompete: Nilton Rodrigues

      Trompetes e Flügelhorns: Bidinho e Paulinho

      Claps: Mazzola

      Vocal: Viviane, Loalwa, Marcio, Regininha, Jaime Alem, Betina, Neila, Tadeu Mathias e Zeppa Souza

    • Amanheceu (Zeppa Souza / Bráulio Tavares) Dedicado a Pablo Milanés Letra

      Veio devagar no vento

      Um pedaço escondido de canção

      Passeou no firmamento

      No brilho de Vênus de manhã

      Carrossel de luzes

      Sons em carrossel

      Acendendo todas as cores do céu

       

      Veio de manhã cedinho

      Soando bem longe, lá do além

      Leve como um passarinho

      Trazendo um segredo para alguém

      A natureza acordou assim

      E a cidade inteira saiu pro jardim

       

      Amanheceu o amor

      Amanheceu o amor

      Foi me encantando quando me tocou

      Amanheceu o amor

      Amanheceu o amor

      Bateu no meu peito e me acordou

       

      Era como uma risada

      Na boca encarnada de arlequim

      Carnaval inaugurado

      No clarão prateado de um clarim

      Sol de meio-dia, castelos no ar

      Luminosa melodia mais antiga que o mar

       

      Era uma canção somente

      Porém, de repente, floresceu

      Turbilhão profundo

      Era o rosto do mundo, e era eu

      Multidão de sonhos

      Mutirão de paz

      Forte como a ventania nos canaviais

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo de base e metais, piano Yamaha e DX-7: Zé Américo Bastos

      Contrabaixo: Antônio Santana

      Acordeom: Severo

      Guitarra: Zeppa Souza

      Bateria: Rubinho

      Piano Yamaha: Milciades

      Sax: Marcelo e Zé Carlos

      Sax e Flauta: Leo Gandelman

      Trombones: Paulo William e Serginho

      Trompetes: Bidinho, Paulo Roberto e Nilton Rodrigues (participação especial)

      Simon’s: Mazzola

    • Forró do Poeirão (Cecéu) Letra

      Quem não quiser dançar

      Saia do meio do salão

      Que dança hoje

      É pra quem tem disposição

      A mulherada tá na base da chinela

      O suor tá na canela

      Quero ver o poeirão

       

      Eu quero ver o poeirão (levantar)

      Na batida do baião (levantar)

      Agarradinho no salão (levantar)

      Machucando o coração (levantar)

       

      Quero ver esse moreno o que você tem

      Quero ouvir a batidinha do seu coração

      Quero ter você comigo

      Quero o seu bem

      Quero esse menino levantar o poeirão

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo: Zé Américo Bastos e Severo

      Zabumba: Mourão

      Triângulo: Tinda

      Maracas: Melquíades

      Agogô: Sidinho

      Guitarra e vocal: Zeppa Souza

      Contrabaixo: Antonio Santana

      Bateria: Rubinho

      Trombone: Paulo Willian

      Drums link: Ary Carvalhaes

      Claps: Mazzola

      Vocal: Viviane, Loalwa, Marcio, Regininha, Jaime Alem, Neila e Tadeu Mathias

    • Moreno de Ouro (Carlos Fernando/ Geraldo Amaral) Letra

      Moreno, se teus olhos falassem

      Me revelariam através da luz

      Que vem como facho de fogo

      Queimando meu corpo

      Igualzinho ao sol

       

      O sol que dá luz à praça

      É o mesmo que te beija

      Então me beija moreno

      Subindo ladeiras

      Me leva até quarta-feira

       

      Quero com você me soltar

      Perto de você me quebrar

      Vem cá, moreno

      Me dê a mão

      É ouro, é prata esse chão, moreno

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo, Piano Yamaha e Jupiter 8: Lincoln Olivetti

      Bateria: Picolé

      Jupiter 8: Jorjão

      Trombone, Zin e Fender: Serginho

      Contrabaixo: Paulo Cesar

      Sax tenor: Marcelo

      Trombones: Paulo Willian e Serginho

      Trombone e Flügelhorn: Paulinho

      Trompetes e Flügelhorns: Nilton Rodrigues e Bidinho

      Sax e Flauta: Leo Gandelman

      Sax tenor e Flauta: Zé Carlos

      Vocal: Tadeu Mathias, Betina, Neila, Loalwa, Lenine, Fernando, Jaime Alem, Nair Cândia e Elba

    • Do Jeito Que a Gente Gosta (Severo / Jaguar) Letra

      Cai, cai, moreno

      No fuá que ainda é cedo

      Sanfoneiro, empurre o dedo

      Bote o fole pra chorar

      Nessa pisada eu vou até cair de costa

      O forró tá animado

      Do jeito que a gente gosta

       

      Bumba a zabumba, zabumbeiro

      Oi, bum, bum, bá!

      Castiga de lá sanfoneiro

      Que eu quero ver a paia da cana voar

       

      Vem, amor

      Que hoje eu sou

      Seu dengo, seu xodó, meu nego

      Repara que xamego, vamos xamegar!

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo de base e metais: Zé Américo Bastos e Severo

      Arranjo de cordas: Ivan Paulo

      Acordeom: Severo

      Contrabaixo: Antônio Santana

      Guitarra: Zeppa Souza

      Bateria: Rubinho

      Percussão: Sidinho

      Piano Yamaha e DX-7: Zé Américo Bastos

      Pandeiro: Zizinho

      Zabumba: Mourão

      Triângulo: Tinda

      Maracas: Melquíades

      Sax tenor e solo: Marcelo

      Trombones: Serginho e Paulo Willian

      Trombones e Flügelhorns: Paulinho, Nilton Rodrigues e Bidinho

      Sax e Flauta: Leo Gandelman

      Sax tenor e Flauta: Zé Carlos

      Claps: Mazzola

      Violinos: Jorge Kundert, Francisco Perrota, José Alves, Bernardo, Michel, Alfredo Vidal, Aizik, Carlos Hack, Jacques Morelembaum, Jorge Faini, Paschoal Perrota, Virgílio Arraes, Walter Hack e Giancarlo Pareschi (spalla)

      Violas: Arlindo Penteado, Frederick Stephany e Vitorino Borges

      Cellos: Alceu e Márcio Mallard

      Simon’s: Mazzola

    • Amor Eterno (Soneto CXVI) (Tadeu Mathias / Ana Amélia) (Soneto original de Shakespeare) Letra

      De almas sinceras, a união sincera

      Nada há que impeça, amor não é amor

      Se quando encontra obstáculos se altera

      Ou se vacila ao mínimo temor

       

      Amor é um marco eterno, dominante

      Que encara a tempestade com bravura

      É astro que norteia a vela errante

      Cujo valor se ignora lá na altura

       

      Amor não teme o tempo muito embora

      Seu alfanje não poupe a mocidade

      Amor não se transforma de hora em hora

      Muito antes se afirma para a eternidade

       

      Se isto é falso

      E que é falso alguém provou

      Eu não sou poeta

      E nunca ninguém amou

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo de base, piano acústico, DX-7, Yamaha GS-2 e Arp Quadra: César Camargo Mariano

      Arranjo de cordas: Ivan Paulo

      Detalhes de teclados: Mazzola

      Guitarra: Zeppa Souza

      Bateria Simonsen: Teo

      Violinos: Jorge Kundert, Francisco Perrota, José Alves, Bernardo, Michel, Alfredo Vidal, Aizik, Carlos Hack, Jacques Morelembaum, Jorge Faini, Paschoal Perrota, Virgílio Arraes, Walter Hack e Giancarlo Pareschi (spalla)

      Violas: Arlindo Penteado, Frederick Stephany, Vitorino Borges e Nelson de Macedo

      Cellos: Alceu e Marcio Mallard

      Programação de sintetizador: Mazzola

    • Calmaria (Zé Américo Bastos / Salgado Maranhão) Participação Especial: Zeppa Souza Letra

      Quis fazer do nosso amor

      A calmaria de um rio

      E quanto mais eu mergulho

      Mais eu encontro o vazio

      Me enrosco na tua pele

      Assanho teu coração

      E sempre me surpreendo

      Com o fogo dessa paixão

       

      Nosso encontro é uma “felicidádiva”

      É festa de passarinhos

      E é flor do mesmo espinho da vida

       

      Quis trazer pro nosso amor

      A fantasia do cio

      E quanto mais eu mergulho

      Mais se aprofunda esse rio

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo de base e DX-7: Zé Américo Bastos

      Arranjo de cordas: Ivan Paulo

      Vocal (participação especial): Zeppa Souza

      Percussão: Sidinho

      Bateria: Rubinho

      Contrabaixo: Antônio Santana

      Guitarra: Zeppa Souza

      Violinos: Jorge Kundert, Francisco Perrota, José Alves, Bernardo, Michel, Alfredo Vidal, Aizik, Carlos Hack, Jacques Morelembaum, Jorge Faini, Paschoal Perrota, Virgílio Arraes, Walter Hack e Giancarlo Pareschi (spalla)

      Violas: Arlindo Penteado, Frederick Stephany, Vitorino Borges e Nelson de Macedo

      Cellos: Alceu e Marcio Mallard

      Simon’s: Mazzola

    • Energia (Lula Queiroga) Letra

      Olha que eu conheço essa cara

      Você chegou de cima

      Vem comigo, toma a chave do meu coração

      Eu já entrei no clima

       

      Olha que eu conheço esse pique

      No seu teatro também quero ser atriz

      Deixa eu sair no seu bloco

      Me laça, me beija, me faça feliz

       

      O sol raiou

      Tomou conta da praça

      Sua energia

      O sol raiou

      Pra dizer ao país

      Que hoje é o dia D

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo e piano Yamaha: Lincoln Olivetti

      Bateria Simonsen: Téo

      Oberheim e Jupiter 8: Jorjão

      Contrabaixo: Paulo Cesar

      Trompetes e Flügelhorns: Bidinho, Marcio Montarroyos e Don

      Sax alto: Leo Gandelman

      Sax tenor: Zé Carlos

      Sax barítono: Aurino

      Trombone, Zin e Flügelhorn: Serginho

      Guitarra: Robson Jorge

      Percussão: Djalma Corrêa

      Vocal: Tadeu Mathias, Betina, Neila, Loalwa, Lenine, Fernando, Jaime Alem, Nair Cândia e Elba

       

    • Nordeste Independente (Imagine o Brasil) (Ao vivo) (Bráulio Tavares / Ivanildo Vila Nova) Letra

      “Os políticos, os homens do poder, esses que deveriam resolver, se empenhar em resolver e solucionar os problemas sérios e definitivos do nosso país, eles permanecem em Brasília no gabinetes, quando se aproxima o ano das eleições eles saem de Brasília, não é? Vão lá... eles pegam um avião, vão lá no Nordeste, sobrevoam a região, né?, se certificam de que há seca realmente no Nordeste e entra ano, sai ano, nada vem e o sertão continua ao deus-dará. Então, diante dessas circunstâncias todas é que o poeta popular já tá fazendo música, coisas engraçadas evidentemente, mas mais ou menos assim: ‘Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente’. Então, senhoras e senhores com vocês, Ivanildo Vila Nova e Trupizupe Bráulio Tavares, o raio da Cilibrina!” Muito obrigado!

       

       

      Já que existe no Sul esse conceito

      Que o Nordeste é ruim, seco e ingrato

      Já que existe a separação de fato

      É preciso torná-la de direito

      Quando um dia qualquer isso for feito

      Todos dois vão lucrar imensamente

      Começando uma vida diferente

      De que a gente até hoje tem vivido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      Dividindo a partir de Salvador

      O Nordeste seria outro país

      Vigoroso, leal, rico e feliz

      Sem dever a ninguém no exterior

      Jangadeiro seria o senador

      O cassaco de roça era o suplente

      Cantador de viola o presidente

      O vaqueiro era o líder do partido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      Em Recife, o distrito industrial

      O idioma ia ser nordestinense

      A bandeira de renda cearense

      “Asa Branca” era o hino nacional

      O folheto era o símbolo oficial

      A moeda, o tostão de antigamente

      Conselheiro seria o inconfidente

      Lampião, o herói inesquecido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      O Brasil ia ter de importar

      Do Nordeste algodão, cana, caju

      Carnaúba, laranja, babaçu

      Abacaxi e o sal de cozinhar

      O arroz, o agave do lugar

      O petróleo, a cebola, o aguardente

      O Nordeste é autossuficiente

      O seu lucro seria garantido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      Se isso aí se tornar realidade

      E alguém do Brasil nos visitar

      Nesse nosso país vai encontrar

      Confiança, respeito e amizade

      Tem o pão repartido na metade

      Tem o prato na mesa, a cama quente

      Brasileiro será irmão da gente

      Vai pra lá que será bem recebido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      Eu não quero com isso que vocês

      Imaginem que eu tento ser grosseiro

      Pois se lembrem que o povo brasileiro

      É amigo do povo português

      Se um dia a separação se fez

      Todos os dois se respeitam no presente

      Se isso aí já deu certo antigamente

      Nesse exemplo concreto e conhecido

      Imagina o Brasil ser dividido

      E o Nordeste ficar independente

       

      Povo do meu Brasil

      Políticos brasileiros

      Não pensem que vocês nos enganam

      Porque nosso povo não é besta!

      FICHA TÉCNICA:

      Arranjo e guitarra: Zeppa Souza

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Não quero afirmar que este disco seja mais ou menos alegria, Nordeste, Brasil, força oculta, terra seca, chuva fina...

Digo que me sinto no ponto, descoberta a afirmação dos sentimentos para com tudo que arremata este ponto. A temperatura foi harmoniosa.

As viagens, o palco, o público, as emoções, as paixões...

O jogo da vida, o fogo e a vida... as surpresas, os fãs...

Entre um voo e outro, Mazzola maestrava e ministrava a produção com tática e talento de um mestre. Muito papo nos quartos de hotéis. Eu e os meus músicos idealizávamos o som que seria ideal, o meu som. Afinidades de longo tempo, todo dia cantando, amando, inventando... A minha Banda Rojão – Zeppa, Rubinho, Santana, Sidinho, Marcelo, Severo, Paulinho, Nilton, liderados pelo maestro Zé Américo, ensaiamos 7 músicas, como também juntos optamos pelo repertório e, praticamente, quase todas as músicas para este disco foram feitas em casa.

Em São Paulo, num almoço na casa do maestro César Camargo Mariano (com Flávia, Pedrinho e Maria Rita) mais duas músicas foram definidas e por último, os frevos pernambucanos, baianos, brasileiros, nas mãos do super Lincoln Olivetti.

Foi calmo e bom fazer este disco. Cantei sem receios ou medo dos fones e do estúdio e, pela primeira vez, me senti à vontade fazendo isto.

No mais, tá aí: a cor, a luz e o som que eu aprendi com o Brasil e com o meu povo.

“Por essa rua que caminho, iluminada pelo brio desse povo, às vezes escurecida pela falta do mesmo briol”.

 

Elba

Junho/84

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