Coqueiro Verde Records – CV 20482
Lançamento: dezembro de 2015FICHA TÉCNICA
BANDA
SaGRAMA
Sérgio Campelo (flauta, flauta em sol, pífano e flautim)
Frederica Bourgeois (flauta, pífano e voz)
Crisóstomo Santos (clarinete e clarone)
Cláudio Moura (viola nordestina)
Alex Sobreira (violão de 7 cordas)
João Pimenta (contrabaixo acústico)
Antônio Barreto (marimba e percussão)
Hugo Medeiros (percussão)
Tarcísio Resende (percussão)Quarteto Encore
Carlos Santos (1º violino)
Rafaela Fonseca (2º violino)
Laila Campelo (viola)
Fabiano Menezes (violoncello)Músicos convidados
Aristide Rosa (viola nordestina)
Beto Hortis (sanfona)
Marcelo Caldi (sanfona)
Tostão Queiroga (bateria)
Aninha e Lulu Araújo (alfaias)Ficha técnica do show
Gravado ao vivo no dia 25 de setembro de 2014 no Classic Hall (Olinda/PE)
Criação e direção geral do projeto: Margot Rodrigues
Direção do espetáculo: André Brasileiro
Textos: Newton Moreno
Direção musical: Sérgio Campelo
Arranjos: Sérgio Campelo e Cláudio MouraDireção de arte: Marcondes Lima
Direção de produção: Alexandre Valentim
Roteiro musical: Elba Ramalho, André Brasileiro, Margot Rodrigues e Alexandre Valentim
Produção executiva: Alexandre Sampaio, Karla Martins e Camila Paschoal
Assistência de produção: Tadeu GondimGravações adicionais e finalização de áudio feitos no Estúdio Carranca
Gravações adicionais: Jorge Romão e Bruno Lins
Edição: Marco Melo, Alberico Junior e Junior Evangelista
Mixagem e pós-produção de áudio: Tostão Queiroga, Junior Evangelista e Sérgio CampeloFotos: Alex Ribeiro e João Vicente
Direção de arte e design gráfico do DVD e DVD/CD: Bruno Parmera
Maquiagem: Jerry Adriani
Produtora pessoal de Elba Ramalho: Ana de Fátima Costa
Realização: Margot Produções e Baioque Produções Artísticas
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Pau de Arara / Algodão
(Luiz Gonzaga / Guio de Moraes)
Letra
Quando eu vim do sertão, seu moço
Do meu Bodocó
A maleta era o saco
E o cadeado era o nó
Só trazia a coragem e a cara
Viajando num pau de arara
Eu penei, mas aqui cheguei
Eu penei, mas aqui chegueiTrouxe o triângulo
Trouxe o gonguê no matulão
Trouxe o zabumba dentro do matulão
Xote, maracatu e baião
Tudo isso eu trouxe no meu matulão
Algodão
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)Bate a enxada no chão
Limpa o pé de algodão
Pois pra vencer a batalha
É preciso ser forte, robusto
Valente ou nascer no sertãoTem que suar muito
Pra ganhar o pão
E a coisa lá
Né brinquedo nãoMas quando chega o tempo rico da colheita
Trabalhador vendo a fortuna se deleita
Chama a família e sai
Pelo roçado vai
Cantando alegre ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai
Chama a família e sai
Pelo roçado vai
Cantando alegre ai, ai, ai, ai, ai, ai, aiSertanejo do norte
Vamos plantar algodão
Ouro branco que faz nosso povo feliz
Que tanto enriquece o país
Um produto do nosso sertão
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Não Sonho Mais
(Chico Buarque)
Letra
Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita
Amor nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contarFoi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocarMeu amor vi chegando
Um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando
De orangotango pra te pegarVinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado de tudo que é lado
Vinha um bom motivo pra te esfolarQuanto mais tu corria, mais tu ficava
Mais atolava, mais te sujava
Amor, tu fedia
Empesteava o arTu que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade, olha que maldade
Me deu vontade de gargalharAo pé da ribanceira acabou-se a liça
Escarrei-te inteira a tua carniça
E tinha justiça nesse escarrarTe rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, aquele povo pôs-se a cantarFoi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha e se urina toda
E já não tem pazPois eu sonhei contigo e caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais
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Súplica Cearense
(Gordurinha / Nelinho)
Letra
Texto: Aboio Mudo
(Newton Moreno)
A madrugada escorre em silêncio
Tropeça em soluços escritos
A distância cavalga no peito
Como um mudo tentando um gritoRelógio molha os olhos do tempo
Uma tempestade cairá em segundos
No corpo abre-se uma fenda
Que vai até o outro lado do mundo
E não te alcança
Súplica Cearense
(Gordurinha / Nelinho)Ó Deus
Perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem pararÓ Deus
Será que o senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda a chuva que háSenhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chãoÓ Deus
Se eu não rezei direito o Senhor me perdoe
Mas eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oraçãoMeu Deus
Perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirarDesculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará
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Assum Branco / Assum Preto
(José Miguel Wisnik)
Letra
Quando ouvi o teu cantar
Me lembrei nem sei do quê
Me senti tão só
Tão feliz, tão só
Só e junto de vocêPois o só do meu sofrer
Bateu asas e voou
Para um lugar
Onde o teu cantar
Foi levando e me levouE onde a graça de viver
Como a chuva no sertão
Fez que onde for
Lá se encontre a flor
Que só há no coraçãoQue só há no bem-querer
E na negra escuridão
Assum preto foi
Asa branca dói
Muito além da solidãoAssum Preto
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)Tudo em vorta é só beleza
Céu de abril e a mata em flor
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
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O Ciúme
(Caetano Veloso)
Letra
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: o meu ciúmeO ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro cantaVelho Chico, vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti, não me ensinas
E eu sou só, eu só, eu só, só euJuazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas, na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadêTanta gente canta, tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira, monstruosa, a sombra do ciúme
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Béradêro / Ave Maria Sertaneja
(Chico César)
Letra
Os olhos tristes da fita
Rodando no gravador
Uma moça cozendo roupa
Com a Linha do Equador
E a voz da santa dizendo
“O que é que eu tô fazendo cá em cima desse andor?”
E a voz da santa dizendo
“O que é que eu tô fazendo cá em cima desse andor?”Ave Maria Sertaneja
(Júlio Ricardo / O. de Oliveira)Quando batem as seis horas
De joelhos sobre o chão
O sertanejo reza a sua oraçãoAve Maria
Mãe de Deus, Jesus
Nos dê força e coragem
Pra carregar a nossa cruzNesta hora bendita e santa
Viemos suplicar
Pra Virgem Imaculada
Os enfermos vir curarTexto: “Ave Maria”
(Newton Moreno)Em voo rasante pelos tetos humanos
Pássaro-mãe com pegadas no ar
Canto sempre a ninar nas noites mancas
Nos dias em bruma és um colo de plumas
Asas como berço, colar que é terço
Nos seios do luar
O grito mais bárbaro, a dor mais crua
Não passam longe de tua cura, do seu cuidar
Mãe-passarinha, ave materna
Bênção eterna que desce do céu por sobre minha alma
Perdoa minha falta, minha impaciência
Estou dentro da casca como um filhote nu
Coração afoito, boca sedenta pelo teu leite
Que é mel sagrado, que é seiva benta
Rompe essa porta, quero olhar teus olhos
Quero agarrar tuas asas para planar pela estrada
Que me devolve à viagem, que me devolve a casa
Tua moradaAve Maria
(Bach / Gounod)Benedicta tu in mulieribus
Et benedictus
Et benedictus fructos ventri
Ventri tui Jesus
Ave Maria
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Adeus, Iracema
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Letra
Navega
Ó, jangada, nesse mar
Enfeitado de coqueiros
E coberto de luarNavega
No Nordeste pela praia
Quero ver Itapoã
Quero ver minha AtalaiaBoa viagem
Gogó da Ema
Areia preta
Pontal, Tambaú
Adeus, Iracema, adeus
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Ciranda Praieira
(Lenine / Paulo César Pinheiro)
Letra
De toda terra em que anda
O mar só dança ciranda
Na ilha de ItamaracáE quando o mar cirandeia
Eu cirandeio na areia
Eu cirandeio no marAchei na praia um marisco
Com a letra do nome dela
Do lado eu fiz um rabisco
Botando a minha chancelaTirei da palhoça uma palha
Fiz um cordão de palmeira
Fiz do marisco a medalha
Pro colo da cirandeiraEntrei na roda da sorte
Brinquei de roda com ela
A moça é de casa forte
Eu sou de casa amarelaMas foi na casa de Lia
Numa ciranda praieira
Que eu vi minha estrela-guia
Nos olhos da cirandeira
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Gravitacional
(Marcelo Jeneci) Participação especial: Marcelo Jeneci
Letra
A saudade tá batendo muito forte
Nem parece que eu te vi antes de ontem
Você foi e me deixou o mundo inteiro
Mas agora o meu mundo é um cinzeiroQue gira em torno de um sistema solar
Tal qual a terra com o sol e o luar
Assim sou eu com essa mão no meu isqueiro
Com a outra no cinzeiro eu faço o mundo flutuarCom o meu pulmão respiro o ar celestial
Com pés no chão me sinto gravitacional
Na solidão procuro minha outra metade
Que apesar da gravidade pode ouvir o meu sinalPois o universo é como um homem abandonado
Estrelas cadentes são e-mails e recados
Que vão correndo para dizer a quem já foi
Que a liberdade é boa e pode ser vivida a dois
Que a liberdade é boa e pode ser vivida a dois
Que a liberdade é boa e pode ser vivida a dois
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A Violeira
(Tom Jobim / Chico Buarque)
Letra
Desde menina
Caprichosa e nordestina
Que eu sabia
A minha sina era no Rio vir morar
Em Araripe topei com o chofer dum jipe
Que descia pra Sergipe
Pro serviço militarEsse maluco me largou em Pernambuco
Quando um cara de trabuco
Me pediu pra namorar
Mais adiante
Num estado interessante
Um caixeiro viajante me levou pra MacapáUma cigana revelou que a minha sorte
Era ficar naquele Norte
E eu não queria acreditar
Juntei os trapos com um velho marinheiro
Viajei no seu cargueiro
Que encalhou no CearáVoltei pro Crato e fui fazer artesanato
De barro bom e barato
Pra mó de economizar
Eu era um broto e também fiz muito garoto
Um mais bem feito que o outro
Eles só faltam falarJuntei a prole e me atirei no São Francisco
Enfrentei raio, corisco
Correnteza e coisa má
Inda arrumei com um artista em Pirapora
Mais um filho e vim-me embora
Cá no Rio vim pararVer Ipanema foi que nem beber jurema
Que cenário de cinema
Que poema à beira-mar
E não tem tira, nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira
Nós aqui desse lugar
E não tem tira, nem doutor, nem ziguizira
Quero ver quem é que tira
Nós aqui desse lugarSerá verdade que eu cheguei nessa cidade
Pra primeira autoridade
Resolver me escorraçar
Com a tralha inteira remontar a Mantiqueira
Até chegar na corredeira
O São Francisco me levarMe distrair nos braços de um barqueiro sonso
Despencar na Paulo Afonso
No oceano me afogar
Perder os filhos em Fernando de Noronha
E voltar morta de vergonha
Pro sertão de QuixadáTem cabimento
Depois de tanto tormento
Me casar com algum sargento
E todo sonho desmanchar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Eu quero ver quem é que arranca
Nós aqui desse lugar
Não tem carranca
Nem trator, nem alavanca
Quero ver quem é que arranca
Nós aqui desse lugar
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Braia Dengosa
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Participação especial: Naná Vasconcelos
Letra
O maracatu dança negra
E o fado tão português
No Brasil se juntaram
Não sei que ano, que mêsSó sei é que foi Pernambuco
Quem fez essa braia dengosa
Quem nos deu o baião
Que é dança faceira e gostosaPortuguês com o fado e guitarra
Cantava o amor
E o negro ao som do batuque
Chorava de dor
Com melê, com gonguê
Com zabumba e cantando nagô, oiFoi a melodia de branco
E o batucado em zulu
Que nos o baião
Que nasceu do fado e do maracatu
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Sanfona Sentida
(Dominguinhos / Anastácia)
Letra
Vem amor, vem cantar
Pois meus olhos
Ficam querendo chorar
Deixe as mágoas pra depois
O amor é mais importante a doisChora sanfona sentida
Em meu peito gemendo
Vai machucando
E o meu peito de amor vai morrendoQuanto mais choro
Me entrego todinho ao amor
O teu gemido disfarça
Em minh’alma essa dor
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Sete Meninas
(Dominguinhos / Toinho Alves)
Letra
Sábado de noite eu vou
Vou pra casa do Zé
Sábado de noite eu vou
Dançar o coco e arrastar o péA beleza de Maria
Ela só tem pra dar
O corpinho que ela tem
Seu andar requebradinho
Mexe com a gente
E ela nem, nem
E ela nem, nem
E ela nem, nem
E ela nem, nemEla vai dançar um coco
E eu vou me arrumar
Na umbigada eu já ganhei seis
Agora vou inteirarSão sete meninas
São sete fulô
São sete umbigada certeira que eu dou
São sete meninas
São sete fulô
São sete umbigada certeira que eu dou
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Pau de Arara / Algodão
(Luiz Gonzaga / Guio de Moraes)
Letra