Epic/CBS 144.458
Lançamento: junho de 1981FICHA TÉCNICA
Direção de produção: Mauro Motta
Assistente de produção artística: Bia
Técnico de gravação e mixagem: Luiz Paulo
Montagem: Eugênio
Gravados nos Estúdios Sigla (RJ) em 24 canais
Direção de arte: Sérgio Lopes
Fotos: Frederico Mendes
Arte: Laci MirandaTEXTO ORIGINAL DO LP
Esse disco é mais que um compromisso com a gravadora, é um compromisso comigo mesma e com o meu público. Saiu exatamente como eu queria e por isso contei com a força de muitas pessoas as quais quero agradecer de coração.
Aos amigos da CBS.
Particularmente ao meu produtor Mauro Motta, pela dedicação e exigência nos “acordes perfeitos”; ao maestro Miguel Cidras pelos belíssimos arranjos; ao meu maestro e particular amigo e músico Zé Américo pelo banho de beleza nas cantigas “Aquarela nordestina” e “Dono dos teus olhos”; a Banda Rojão (Joca, Guil, Marcos, Elber e Zé) pelo arrojo nesses anos de shows e shows Brasil a fora; ao público fiel na viagem do som; aos compositores e músicos que participaram; a Vital Farias, Tadeu Mathias e Bráulio Tavares pelos toques; ao técnico de som Luis Paulo pelos retoques e ao meu amor Carlão, pela luz!Com fé,
Elba Ramalho
Rio, junho de 1981
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Temporal
(Bráulio Tavares / Fubá)
Letra
Quem viu a terra gemer
Nos dentes brancos do mar
E a laje fria da espuma
A sete palmos de olhar
Pisou as curvas do mapa
E os raios do sol nascente
Tocou as cordas da harpa
De aço incandescente
Eu percorri todo o sonho
No meio da madrugada
E vi plantações de balas
Sementes das espingardas
Eu mato, matas e mata
Quem fala não mata não
Quem cala consente a fala
E os gritos do capitão
Quem viu os cachorros negros
Latindo para o luar
E um voo vão dos morcegos
Gritando mudos no ar
Conhece a força guardada
Na mola dos temporais
Escurecendo as estrelas
Nos ombros dos generais
A mais cruel armadilha
Encruzilhada dos fins
E os alicerces das ilhas
Roídos pelos cupins
A fina dor da ferida
Doendo até no facão
E o mapa da minha vida
Na palma da minha mão
Quem viu o braço da sombra
Das folhas de uma palmeira
Pousar em carícia longa
Nos ombros da terra inteira
Ouviu da boca da noite
Feroz silêncio mortal
E viu o bobo da corte
Dançando no funeral
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano: Miguel Cidras
Guitarra e violas: Joca
Baixo: Paulo Cesar
Bateria: Mamão
Percussão: Marcos Amma
Sanfona: Zé Américo
Violinos: Peraschi, Walter Hack, Carlos Hack, Virgílio Filho, Jorge Faini, Aizik Geller, Daltro e Pascoal
Violas: Penteado, Frederick Stephany, José Dias de Lana e Nelson de Macedo
Cellos: Alceu e Jorge Ranesvsky
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Amanhã Eu Vou
(Luiz Gonzaga / Beduíno)
Letra
Era uma certa vez
Um lago mal assombrado
A noite sempre se ouvia
Crimbamba cantando assim
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
Eu vou, amanhã eu vou
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
A carimbamba, ave da noite
Cantava triste lá na taboa
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
E Rosabela, linda donzela
Ouviu o seu canto e foi pra lagoa
E Rosabela, linda donzela
Ouviu o seu canto e foi pra lagoa
A taboa laçou a donzela
Pra dentro d’água ela levou
A carimbamba vive cantando
Mas Rosabela nunca mais voltou
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
Amanhã eu vou, amanhã eu vou
Eu vou, eu vou
Eu vou, amanhã eu vou
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano acústico: Miguel Cidras
Baixo: Paulo Cesar
Guitarra: Joca
Percussão: Marcos Amma
Bateria: Mamão
Charango: Pipo
Violinos: Peraschi, Walter Hack, Carlos Hack, Virgílio Filho, Jorge Faini, Aizik Geller, Daltro e Pascoal
Violas: Penteado, Frederick Stephany, José Dias de Lana e Nelson de Macedo
Cellos: Alceu e Jorge Ranesvsky
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Dono Dos Teus Olhos
(Humberto Teixeira)
Letra
Não te esqueça
Que eu sou dona dos teus óio
Faz favor de num espiá pra mais ninguém
Esse azul cor e promessa dos teus óio
Faz quarqué cristão gostar de tu também
Que nosso senhor perdoe o meu ciúme
Quando penso em cegar os óio teu
Pra que eu, somente eu seja o teu guia
Os óio dos teus óio, a luz dos óio teu
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano: Zé Américo
Baixo acústico: Antonio Santana
Violinos: Peraschi, José Alves, Virgílio Filho, Aizik Geller, Vidal e Pascoal
Violas: Penteado e Hindemburgo Pereira
Cellos: Marcio Mallard e Jaques Morelenbaum
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Oitava
(Cátia de França)
Letra
Explode o pôr do sol
Lambendo o horizonte
Da outra banda, a Lua
Por entre os coqueirais
Mistérios, sei, ele encerra
Segredos seus ao luar
Silenciosa mãe terra
Sem pressa, sem esperar
Oitava teclados da vida
Oitava na nota dos dias
Eu tava presa pelos dedos
Em brasa, em carne viva
Carne viva, ê...
Ouvindo o mar nós estávamos
No tombo do ata ou desata
Só sei que oitava da vida
Tu foge ou ela te mata
Oitava teclados da vida
Oitava na nota dos dias
Eu tava sem rumo, perdida
Tão triste, na dor consumida
Consumida, ê...
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano: Miguel Cidras
Guitarra: Joca
Baixo: Paulo Cesar
Bateria: Mamão
Percussão: Marcos Amma
Trumpetes: Marcio Montarroyos e Bidinho
Saxes: Leo Gandelman, Zé Carlos e Oberdan
Trombone: Serginho
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O Pedido
(Elomar)
Letra
Já que tu vai lá pra feira
Traga de lá para mim
Água da fulô que cheira
Um novelo e um carmim
Traz um pacote de misse
Meu amigo, ah, se tu visse
Aquele cego cantador
Um dia ele me disse
Jogando um mote de amor
Que eu havera de viver
Por esse mundo
E morrer ainda em flor
Passa naquela barraca
Daquela muié rezêra
Onde almoçamo paca
Panelada e frigideira
Inté você disse uma loa
Gabando a boia boa
Que das casas da cidade
Aquela era a primeira
Traz pra mim umas brevidades
Que eu quero matar a saudade
Faz tempo que fui na feira
Ai, saudade
Ah, pois sim, vê se não esquece
Que inda nessa lua cheia
Nós vai brincar na quermesse
Lá no riacho d'areia
Na casa daquele homem
Feiticeiro e curador
Que o dia inteiro é homem
Fio de Nosso Senhor
Mas dispôis da meia-noite
É lobisomem comedor
Dos pagão que a mãe esqueceu
Do batismo salvador
Inda tem dois garrafão
Com dois canguim responsadô
Ah, pois sim, vê se não esquece
De trazer ruge e carmim
Ai, se o dinheiro desse
Eu queria um trancelim
Com mais três metro de chita
Que é pra eu fazer um vestido
E ficar bem mais bonito
Que Madô de Juca Dido
E Zefa de Nhô Joaquim
Já que tu vai lá pra feira, meu amigo
Traz essas coisinha para mim
FICHA TÉCNICA:
Violão: Vital Farias
Viola: Joca
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Lua Viva
(Tito Livio / Lula Cortes)
Letra
A lua cheia é como a chave clara
Que abre a porta do céu do sertão
Que abre a mente com a chave nova
Pro coração
A lua viva com a mente cheia
Cheia da vida pra nova visão
Que abre a porta com a mente nova
Pro coração
E novamente a lua cheia brilha
E faz um rastro claro pelo céu
Como se a chave houvesse aberto a porta
Do universo sobre o meu chapéu
A lua cheia lá da Paraíba
É como a chave cheia de ambição
Que abre a porta para o universo
Do coração
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano elétrico: Miguel Cidras
Guitarra e viola: Joca
Violão: Robson Jorge
Baixo: Guil
Sanfona: Zé Américo
Bateria: Elber Bedaque
Percussão: Marcos Amma
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Aquarela Nordestina
(Rosil Cavalcanti)
Letra
No Nordeste imenso
Quando o sol calcina a terra
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra
Juriti não suspira, inhambu seu canto encerra
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra
Acauã bem no alto do pau-ferro canta forte
Como que reclamando nossa falta de sorte
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida
Não tem água a lagoa
Já está ressequida
E o sol vai queimando o brejo, o sertão
Cariri e agreste
Ai, ai, meu Deus
Tenha pena do Nordeste
Laiá laiá laiá, laiá laiá laiá
Laiá laiá laiá, laiá laiá
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e sanfona: Zé Américo
Viola: Joca
Bateria: Elber Bedaque
Baixo: Guil
Percussão: Marcos Amma
Flautas: Eliane, Inês, Franklin e Zé Carlos
Coro: Ed Wilson, Carlos Pedro, Tadeu Mathias, Rachel, Nilza, Elson e Loalva
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Vem (Ser Navegador)
(Marco Polo)
Letra
Vem
Vou levar-te na beira do cais
Onde nascem as flores do adeus
E o deserto se encontra com o mar
Vem
No meu barco de velas azuis
Por caminhos do vento e verão
Até onde a certeza levar
Vê
Cinco estrelas de sal no chapéu
Sou vaqueiro das ondas sem fim
E o horizonte é meu único lar
Vê
Sempre chego onde pretendo ir
Se já sei navegar furacões
Muito mais oceanos de paz
Toda vida é vida e vale viver
Mesmo empurrando e tropeçando e o que for
Eu contigo quero compreender
O universo submarino do amor
Raça é raça e quem quer ser, vencer
Tem que estar pronto a todo instante
A todo instante ser navegador
Descobrir o rumo novo do amor
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano: Miguel Cidras
Baixo: Paulo Cesar
Bateria: Mamão
Guitarra: Joca
Violinos: Peraschi, Walter Hack, Carlos Hack, Virgílio Filho, Jorge Faini, Aizik Geller, Daltro e Pascoal
Violas: Penteado, Frederick Stephany, José Dias de Lana e Nelson de Macedo
Cellos: Alceu e Jorge Ranesvsky
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Cajuína
(Caetano Veloso)
Letra
Existirmos a que será que se destina?
Quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tão pouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina
FICHA TÉCNICA:
Arranjo, regência e piano: Miguel Cidras
Baixo: Guil
Viola: Joca
Sanfona: Zé Américo
Percussão: Marcos Amma
Violinos: Peraschi, Walter Hack, Carlos Hack, Virgílio Filho, Jorge Faini, Aizik Geller, Daltro e Pascoal
Violas: Penteado, Frederick Stephany, José Dias de Lana e Nelson de Macedo
Cellos: Alceu e Jorge Ranesvsky
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Eu Queria
(Roberto Martins / Mário Rossi)
Letra
Queria ser asfalto pra você pisar em mim
Queria ser uma rosa por dentro do teu jardim
Queria minha vida dentro do teu coração
Queria beber água na palma da tua mão
Queria ser o dono do teu corpo sedutor
Queria inda gozar teus beijo embriagador
Queria uma casinha entre os verdes pinheirais
Pra nós morarmos juntos
Só nós dois
E ninguém mais
FICHA TÉCNICA:
Violão: Elba Ramalho
Violas: Joca
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Temporal
(Bráulio Tavares / Fubá)
Letra