BMG Ariola 7.432.152.840-2
Lançamento: novembro de 1997FICHA TÉCNICA
Direção artística: Jorge Davidson
Produzido por: Robertinho de Recife
Assistente de produção: Claudia André
Gravado e mixado on Europhonix System no Studio Lagoa/RJ em agosto, setembro e outubro de 1997
Técnico de gravação e mixagem: Rob
Masterização: Ricardo GarciaCapa: Pós Imagem Design
Direção de arte: Ricardo Leite e Rafael Ayres
Projeto gráfico: Fabiana Prado
Fotos: Milton Montenegro
Coordenação gráfica: Emil Ferreira
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Disparada
(Geraldo Vandré / Theo de Barros) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Prepare o seu coração
Pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar
Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte, o destino, tudo
Estava fora de lugar
Eu vivo pra consertar
Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu
Boiadeiro muito tempo
Laço firme, braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei
Então não pude seguir
Valente lugar-tenente
De dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange e ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente
Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar
Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
E qualquer querer tivesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer mais longe que eu
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Arranjo de cordas e sopros: Robertinho de Recife
Violão: Zé Ramalho
Viola: Geraldo Azevedo
Acordeom: Dominguinhos
Baixo: Jamil Joanes
Flautas e sax soprano: César Michiles
Teclados: Luiz Antônio
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
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O Princípio do Prazer
(Geraldo Azevedo) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Juntos vamos esquecer
Tudo que doeu em nós
Nada vale tanto pra rever
Tempo que ficamos sós
Faz a tua luz brilhar
Pra iluminar a nossa paz
O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
Meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
Juntos vamos acordar o amor
Carícias, canções
Deixa entrar o sol da manhã
A cor do som
Eu com você sou muito mais
O princípio do prazer
Sonho que o tempo não desfaz
O meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
Meu coração me diz
Fundamental é ser feliz
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Robertinho de Recife
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Guitarra: Robertinho de Recife
Teclados: Luiz Antônio
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
Bateria: Renato Massa
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Banquete de Signos
(Zé Ramalho) cantam: Elba Ramalho e Zé Ramalho
Letra
Discutir o cangaço com liberdade
É saber da viola, da violência
Descobrir nos cabelos inocência
É saber da fatal fertilidade
Descobrir a cidade na natureza
Descobrir a beleza dessa mulher
Descobrir o que der boniteza
Na peleja do homem vier, quando vier
Descobrir o bagaço dos engenhos
No melaço da cana mais um beijo
Descobrir os desejos que não tem cura
Saracura do brejo da novena
Descobrir a serena da natureza
Descobrir a beleza dessa mulher
Descobrir o que der boniteza
Na peleja do homem vier, quando vier
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Robertinho de Recife
Violão: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Sitar: Robertinho de Recife
Teclados: Luiz Antônio
Percussão: Firmino e Paulinho He-Man
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Miragens
(Geraldo Azevedo / Zé Ramalho) cantam: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Bem querer vem querer-me
As ondas, as miragens
O fogo que não incendeia
A imagem mais bonita
A entrega da emoção
Os amores pulsando de novo
A incrível maravilha
Da estrela do verão
Suspendendo a ponte do manto da noite
Espiral do silêncio
Cristalina a visão
Clareando a fonte do sonho do povo
Em vez de emudecer poderia cantar
A mais linda canção sem lamento
E quem não escutar perderia talvez
A maior metade do tempo do sonho
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Guitarra solo: Robertinho de Recife
Baixo: Jamil Joanes
Bateria: Renato Massa
Órgão: Luiz Antônio
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
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Pedras e Moças
(Zé Ramalho e Geraldo Azevedo) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Acho que a primeira pedra
Quem atirou não tem perdão
A segunda pedra
Quem a jogou não sei
Sei que não sou eu quem ferirá
Pela última vez
As milhares moças
Tantas Madalenas
Tenras, tão pequenas
Loucas
De tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
Só segura nessa pausa
Quem tem um sol que é maior
De quem tenha dó
Sem ser menor demais
Sabe e saberá de si
Talvez quem penetrou
Nas milhares moças
Tantas madalenas
Tenras tão pequenas
Loucas
De tanto amor
Como é que vão
Como é que vêm
Tanto querer sem um bem
De tanto amor
Como saber
Quando gozar
Sem conhecer seu sabor
Irá dizer
Irá dançar
Se sonhos que vêm
Antes dos anjos dos homens
E dos demônios
Luciferianas, pobres Gabriéis
Como são cruéis os deuses meus
Ou então serão
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Sax soprano: Léo Gandelman
Vibrafone e órgão: Luiz Antônio
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
Bateria: Renato Massa
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Canta Coração
(Geraldo Azevedo / Carlos Fernando) cantam: Elba Ramalho e Geraldo Azevedo
Letra
Canta, canta, passarinho
Canta, canta, miudinho
Na palma da minha mão
Quero ver você voando
Quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Eu quero ver você voando
Quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão
Na palma da minha mão
Tem os dedos, tem as linhas
Que olhar cigano caminha
Procurando alcançar
A nau perdida, o trem que chega
A nova dança, mata verde esperança
Em suas tranças vou voar
Passarinho, vou voar
Meu alegre coração
É triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo
É forte como um leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo
É Jesus Cristo, é Lampião
Passarinho, eu vou voar
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Acordeom: Dominguinhos
Flautas: César Michiles
Percussão: Firmino e Paulinho He-Man
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Eternas Ondas
(Zé Ramalho) cantam: Elba Ramalho e Zé Ramalho
Letra
Quanto tempo temos antes de voltarem
Aquelas ondas
Que vieram como gotas em silêncio
Tão furioso
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais
Derrubando homens entre outros animais
Devastando a sede desses matagais
Devorando árvores, pensamentos
Seguindo a linha
Do que foi escrito pelo mesmo lábio
Tão furioso
E se teu amigo vento não te procurar
É por que multidões ele foi arrastar
E se teu amigo vento não te procurar
É por que multidões ele foi arrastar
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Robertinho de Recife
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Violas, guitarras e efeitos: Robertinho de Recife
Solo hoog: Luiz Antônio
Percussão: Firmino e Paulinho He-Man
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Bicho de 7 Cabeças II
(Zé Ramalho / Geraldo Azevedo / Renato Rocha) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Não dá pé
Não tem pé nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez
Desapareça
Cresça e desapareça
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem coração que esqueça
Não tem ninguém que mereça
Não tem pé, não tem cabeça
Não da pé, não é direito
Não foi nada, eu não fiz nada disso
E você fez um
Bicho de sete cabeças
Bicho de sete cabeças
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Trompete: Marcio Montarroyos
Vibrafone e órgão: Luiz Antônio
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
Bateria: Renato Massa
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O Autor da Natureza
(Zé Vicente da Paraíba / Passarinho do Norte / Bráulio Tavares) cantam: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
A natureza
A natureza
A natureza
A natureza
O que prende demais minha atenção
É um touro raivoso numa arena
Uma pulga do jeito que é pequena
Dominar a bravura de um leão
Na picada ele muda a posição
Pra coçar-se depressa com certeza
Não se serve da unha nem da presa
Se levanta da cama e fica em pé
Tudo isso provando o quanto é
Poderosa e suprema a natureza
Admiro demais o beija-flor
Que com medo da cobra inimiga
Só constrói o seu ninho na urtiga
Recebendo lição do Criador
Observo a coragem do condor
Que nos montes rochosos come a presa
Urubu empregado da limpeza
Quando é triste a vida do abutre
Quando encontra um morto é que se nutre
Quanto é grande e suprema a natureza
A abelha por Deus foi amestrada
Sem haver um processo bioquímico
Até hoje não houve nenhum químico
Pra fazer a ciência dizer nada
O buraco pequeno da entrada
Facilita a passagem com franqueza
Uma é sentinela de defesa
E as outras se espalham no vergel
Sem turbina, sem tacho fazem mel
Como é grande o poder da natureza
Não há pedra igualmente ao diamante
Nem metal tão querido quanto o ouro
Não existe tristeza como o choro
Nem reflexo igual ao do brilhante
Nem comédia maior que a de Dante
Nem existe acusado sem defesa
Nem pecado maior que avareza
Nem altura igualmente ao firmamento
Nem veloz igualmente ao pensamento
Nem há grande igualmente à natureza
Tem um verso que fala da maconha
Que é uma erva que dá no meio do mato
Se fumada provoca um tal barato
A maior emoção que a gente sonha
A viagem às vezes é medonha
Dá suor, dá vertigem, dá fraqueza
Porém, quase sempre é uma beleza
Eu por mim experimento todo dia
Se eu tivesse um agora eu bem queria
Pois a coisa é da santa natureza
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Violão: Geraldo Azevedo
Baixo: Jamil Joanes
Berimbau de bacia: Robertinho de Recife
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
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Saga da Asa Branca
(Zé Vicente da Paraíba / Passarinho do Norte / Bráulio Tavares) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Asa Branca
(Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira)
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por falta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a Asa Branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse “adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração”
Entonce eu disse “adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração”
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro, não chore não, viu
Que eu voltarei viu, meu coração
Eu te asseguro, não chore não, viu
Eu voltarei viu, meu coração
A volta da Asa Branca
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas)
Já faz três noites que pro norte relampeia
A Asa Branca ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas e voltou pro meu sertão
Ai, ai, eu vou-me embora
Vou cuidar da plantação
Já bateu asas e voltou pro meu sertão
Ai, ai, eu vou-me embora
Vou cuidar da plantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva presse sertão sofredor
Sertão das mulhé séria, dos home trabalhador
De mandar chuva presse sertão sofredor
Sertão das mulhé séria, dos home trabalhador
Rios correndo, as cachoeiras tão zoando
Terra molhada, mato verde, que riqueza
E a Asa Branca tarde canta que beleza
Ai, ai, o povo alegre, mais alegre a natureza
E a Asa Branca tarde canta que beleza
Ai, ai, o povo alegre, mais alegre a natureza
Revendo a chuva me arrecordo de Rosinha
A linda flor do meu sertão pernambucano
E se a safra não atrapalhar meus planos
Que é que há ó seu vigário, vou casar no fim do ano
E se a safra não atrapalhar meus planos
Que é que há ó seu vigário, vou casar no fim do ano
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Viola de 10 cordas: Robertinho de Recife
Acordeom: Dominguinhos
Flautas: César Michiles
Bateria: Renato Massa
Percussão: Zé Gomes, Lucas e Firmino
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Canção da Despedida
(Geraldo Azevedo / Geraldo Vandré) canta: Elba Ramalho
Letra
Já vou embora
Mas sei que vou voltar
Amor não chora
Se eu volto é pra ficar
Amor não chora
Que a hora é de deixar
O amor de agora
Pra sempre ele ficar
Eu quis ficar aqui, mas não podia
O meu caminho a ti não conduzia
Um rei mal coroado não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia, não ia ser amado
Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado, sem Maria
Quando eu me despedia
E no meu canto lhe dizia
FICHA TÉCNICA:
Arranjo e violão: Geraldo Azevedo
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Ai Que Saudade de Ocê
(Vital Farias) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade d’ocê
Se um dia ocê lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim:
“Faz tempo que não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijos
Ai que saudade sem fim”
E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
E eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalha é minha sina
Eu gosto mesmo é d'ocê
FICHA TÉCNICA:
Arranjo: Zé Ramalho e Geraldo Azevedo
Violão: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Baixo: Jamil Joanes
Acordeom: Dominguinhos
Flautas: César Michiles
Percussão: Firmino e Paulinho He-Man
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Disparada
(Geraldo Vandré / Theo de Barros) cantam: Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra