BMG Ariola 7.432.141.787-2
Lançamento: outubro de 1996FICHA TÉCNICA
O SHOW
Iluminação: Cia da Luz
Design de luz: Juarez Farinon
Operador de intelabeam: Jarbas Godard
Sonorização: MAC Audio
Operador de monitor: Sergio Felipe
Operador de PA: Paulo Evangelista
Roadie: Josino Feitosa / Carlos Santos (Bigode)
Cenógrafo: Lula Martins
Assistente de produção: Ana Costa (Fatinha), Maria Dantas (Bia), Francisco Herculano (Ney), Pedro Leal e Ubirajara Dornelles
Produção executiva: Alexandre Valentim
Realização: Acauã Produtora, Geração Produtora, Jerimum Produções e Tropicana ProduçõesO DISCO
Gravado ao vivo no Canecão/RJ em julho de 1996
Produzido por Paulo Rafael
Direção artística: Sérgio de Carvalho
Engenheiro de gravação: Carlos B. Ronconi
Mixagem e edição: Discover
Engenheiros: Fabio Henriques e Guilherme Reis
Assistentes: Rodrigo e Alexandre Ribeiro
Masterização: Ricardo Garcia (Magic Master)Capa: Luiz Stein
Fotos: Lívio Campos
Assistência de arte: Daniel de Souza
Coordenação gráfica: Emil FerreiraAgradecimentos: Paulo Tear, Luis Oscar Niemeyer, Mauro Scalabrin, Fred Schifer e toda a turma da BMG.
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Sabiá
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas) cantam: Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
A todo mundo eu dou psiu
Perguntando por meu bem
Tendo o coração vazio
Vivo assim a dar psiu
Sabiá vem cá também
Tu que andas pelo mundo (sabiá)
Tu que tanto já voou (sabiá)
Tu que cantas, passarinho (sabiá)
Alivia a minha dor
Tem pena d’eu (sabiá)
Diz por favor (sabiá)
Tu que cantas passarinho (sabiá)
Alivia a minha dor (sabiá)
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Coração Bobo
(Alceu Valença) cantam: Alceu Valença e Zé Ramalho
Letra
Meu coração tá batendo
Como quem diz não tem jeito
Zabumba bumba esquisito
Batendo dentro do peito
Teu coração tá batendo
Como quem diz não tem jeito
O coração dos aflitos
Pipoca dentro do peito
O coração dos aflitos
Pipoca dentro do peito
Coração bobo, coração bola
Coração balão, coração São João
A gente se ilude dizendo
Já não dá mais coração
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Jacarepaguá Blues
(Zé Ramalho) Canta: Alceu Valença
Letra
Tão indecente
Foi o jeito que essa mina descarada, arranhada, repulsiva
Me jogou de repente
Eu já sabia das suas intenções maléficas contra mim
Por isso me precavi com todo alho e cebola
Que eu consegui encontrar
Mas o que eu não sabia era que você era
Exata e precisa nos seus movimentos
Por isso confesso
Eu tô num terrível astral
Minha família mandou-me um cartão postal
Pois tal cartão conseguiu me fazer chorar
E o reco-reco que eu brincava
Hein mãe a senhora me bateu
Porque eu troquei por um isqueiro
Pra poder fumar
Um tal negócio ou coisa parecida
Que faz bem ou mal a saúde
Não interessa mãe
Vá perguntar ao Gabeira se você pode fumar
Mas o capítulo
Da novela dolorida, colorida, comovida que eu pedi pra ver
O personagem que encenava a contramão do gancho
A oficina telepática me sorria como um camafeu
Mas o que eu não sabia é que essa trama toda
Ia cair nas costas da pessoa que vos fala e relata
O que aconteceu
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Pelas Ruas que Andei
(Alceu Valença / Vicente Barreto) canta: Alceu Valença
Letra
Na Madalena
Eu revi teu nome
Na Boa Vista
Quis te encontrar
Rua do Sol da Boa Hora
Rua da Aurora
Vou caminhar
Rua das Ninfas
Matriz Saudade
Da Soledade de quem passou
Rua Benfica Boa Viagem
Na Piedade tanta dor
Pelas ruas que andei
Procurei, procurei, procurei
Te encontrar
Pelas ruas que andei
Procurei, procurei, procurei
Te encontrar
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Talismã
(Geraldo Azevedo / AlceuValença) cantam: Alceu Valença e Geraldo Azevedo
Letra
Diana me dê um talismã
Um talismã
Viajar
Você já pensou em mais eu viajar
Quando o sol desmaiar
Vou viajar
Olha essa sombra
Esse rastro de mim
Olha essa seta
Essa réstia de sol
Morena
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O Ciúme
(Caetano Veloso) canta: Geraldo Azevedo
Letra
Dorme o sol à flor do Chico, meio-dia
Tudo esbarra embriagado de seu lume
Dorme ponte, Pernambuco, Rio, Bahia
Só vigia um ponto negro: meu ciúme
O ciúme lançou sua flecha preta
E se viu ferido justo na garganta
Quem nem alegre, nem triste, nem poeta
Entre Petrolina e Juazeiro canta
Velho Chico vens de Minas
De onde o oculto do mistério se escondeu
Sei que o levas todo em ti
Não me ensinas
E eu sou só eu, só eu só, eu
Juazeiro, nem te lembras dessa tarde
Petrolina, nem chegaste a perceber
Mas na voz que canta tudo ainda arde
Tudo é perda, tudo quer buscar, cadê?
Tanta gente canta
Tanta gente cala
Tantas almas esticadas no curtume
Sobre toda estrada, sobre toda sala
Paira monstruosa
A sombra do ciúme
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Dia Branco
(Geraldo Azevedo / Renato Rocha) canta: Elba Ramalho
Letra
Se você vier
Pro que der e vier
Comigo
Eu te prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse tanto, esse canto de amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
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O Amanhã é Distante (Tomorrow is a long time)
(Bob Dylan / Versão: Geraldo Azevedo / Babal) cantam: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra
E se hoje não fosse essa estrada
Se a noite não tivesse tanto atalho
O amanhã não fosse tão distante
Solidão seria nada pra você
Se ao menos o meu amor estivesse aqui
E eu pudesse ouvir seu coração
Se ao menos mentisse ao meu lado
Estaria em minha coma outra vez
Meu reflexo não consigo ver na água
Nem fazer canções sem nenhuma dor
Nem ouvir o eco dos meus passos
Nem lembrar meu nome quando alguém chamou
Há beleza no rio do meu canto
Há beleza em tudo o que há no céu
Porém nada com certeza é mais bonito
Quando lembro dos olhos do meu bem
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Admirável Gado Novo
(Zé Ramalho) canta: Zé Ramalho
Letra
Ê, ô, ô
Vida de gado
Povo marcado ê
Povo feliz
Ô boi...
Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa aparecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou
O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam essa vida numa cela
E esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A Arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar
Não voam, nem se pode flutuar
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Trem das 7
(Raul Seixas) canta: Zé Ramalho
Letra
Ói, ói o trem
Vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem
Vem trazendo de longe as cinzas do velho éon
Ói, já é vem
Fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, ói o trem
Não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem
Quem vai chorar
Quem vai sorrir?
Quem vai ficar
Quem vai partir?
Pois o trem está chegando
Tá chegando na estação
É o trem das sete horas
É o último do sertão, do sertão
Ói, olhe o céu
Já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu
É um céu carregado, rajado, suspenso no ar
Vê, é o sinal
É o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus
Deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ói, olhe o mal
Vem de braços e abraços com o bem num romance astral
Amém
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Chão de Giz
(Raul Seixas) cantam: Elba Ramalho e Zé Ramalho
Letra
Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas amiúde
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Disparo balas de canhão
É inútil pois existe um Grão-Vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força
Ou de Vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Agora pego um caminhão
Na lona, vou a nocaute outra vez
Pra sempre fui acorrentada no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that’s over baby!
Freud explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
Isso explica porque o sexo é assunto popular
No mais, estou indo embora, baby
No mais, estou indo embora
No mais, embora baby, baby
No mais, estou indo embora, no mais...
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Veja (Margarida)
(Vital Farias) canta: Elba Ramalho
Letra
Veja você, arco-íris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
Não quero ver você
Com esse gosto de sabão na boca
Arco-íris já mudou de cor
Uma rosa nunca mais desabrochou
Não quero ver você
Eu não quero ver
Veja meu bem
Gasolina vai subir de preço
Eu não quero nunca mais seu endereço
Ou é o começo do fim, ou é o fim
Eu vou partir
Pra cidade garantida, proibida
Arranjar meio de vida, Margarida
Pra você gostar de mim
E essas feridas da vida, Margarida
Essas feridas da vida, amarga vida
Pra você gostar... de mim
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A Prosa Impúrpura do Caicó
(Chico César) canta: Elba Ramalho
Letra
Ah, Caicó arcaico
Em meu peito catolaico
Tudo é descrença e fé
Ah, Caicó arcaico
Meu cashcouer mallarmaico
Tudo rejeita e quer
É com, é sem
Um milhão, um vintém
Todo mundo e ninguém
Pé de xique-xique, pé de flor
Relabucho, velório
Videogame, oratório
High-cult, simplório
Amor sem fim, desamor
Sexo no-iê
Oxente, oh shit
Cego Aderaldo olhando pra mim
Moon-walk-man
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Tesoura do Desejo
(Alceu Valença) cantam: Alceu Valença e Elba Ramalho
Letra
Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo
De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente, viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
- Vamos entrar
- Não tenho tempo
- O que é que houve?
- O que é que há?
- O que é que houve meu amor
Você cortou os seus cabelos?
- Foi a tesoura do desejo
Desejo mesmo de mudar
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Chorando e Cantando
(Geraldo Azevedo / Fausto Nilo) cantam: Elba Ramalho e Geraldo Azevedo
Letra
Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua
No ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri, a gente chora
Ai, ai, ai, ai, a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais
Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor, ô, ô, ô, ô
Ninguém, ninguém verá
O que eu sonhei
Só você, meu amor
Ninguém verá o sonho
Que eu sonhei
Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Eu vou te procurar
Na luz
De cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz
Virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais
Depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer
Faz desacreditar de tudo
E depois
Depois amor, amor, amor
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Banho de Cheiro
(Carlos Fernando) canta: Elba Ramalho
Letra
Eu quero um banho de cheiro
Eu quero um banho de lua
Eu quero navegar
Eu quero uma menina
Que me ensine noite e dia
O valor do bê-a-bá
O bê-a-bá dos teus olhos
Morena bonita da Boca do Rio
O bê-a-bá das narinas do rei
O bê-a-bá da Bahia
Sangrando alegria, magia, magia
Nos Filhos de Gandhi
O bê-a-bá dos baianos
Que charme bonito, foi o santo que deu
O bê-a-bá do Senhor do Bonfim
O bê-a-bá do sertão
Sem chover, sem colher
Sem comer, sem lazer
O bê-a-bá do Brasil
Frevo mulher
(Zé Ramalho)
cantam: Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
Quantos elementos amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno, outros verão
Outonos caindo secos no solo da minha mão
Gemeram entre cabeças a ponta do esporão
A folha do não me toque e o medo da solidão
Veneno meu companheiro desatado cantador
E desemboca no primeiro açude do meu amor
É quando o tempo sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia
Procurando por um
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Sabiá
(Luiz Gonzaga / Zé Dantas) cantam: Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Letra