Epic/CBS 235.027
Lançamento: setembro de 1979FICHA TÉCNICA
Direção artística: Jairo Pires
Direção de produção: Carlos Alberto Sion
Direção de estúdio: Carlos Alberto Sion e Geraldo Azevedo
Direção musical e arranjos de base: Geraldo Azevedo
Assistente da produção artística: Marcelo Falcão
Regências: Paulo Machado e Francis Hime
Técnicos de gravação: Jardel Leão, Andy Mills e Eugênio Carvalho
Mixagem: Andy Mills
Montagem: Alencar
Gravado nos estúdios Haway e LevelFotos: Paulo Klein
Visual: Manú
Encarte: Jejo Cornelsen
Verso do encarte: Carlos E. de Lacerda
Direção de arte: GéuParticipação especial: Dominguinhos, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Novelli, Vinícius Cantuária, Sivuca, Robertinho de Recife, Nivaldo Ornellas e Jackson do Pandeiro
Agradecimentos especiais: Raimundo Fagner, Teatro Tereza Rachel, Macarrão, Andy Mills, Toninho Penido, Analú, Rogério, Carlos Fernando, Fatinha, Marieta Severo, Luiz Mendonça, Tânia Alves, Manú, Alceu Valença, Geraldinho, Miguel Farias e Chico Buarque de Hollanda
“Dedico esse trabalho ao meu pai João e minha mãe Geni.”
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Canta Coração
(Geraldo Azevedo / Carlos Fernando)
Letra
Canta, canta, passarinho
Canta, canta, miudinho
Na palma da minha mão
Quero ver você voando
Quero ouvir você cantando
Quero paz no coração
Quero ver você voando
Quero ouvir você cantando
Na palma da minha mão
Na palma da minha mão
Tem os dedos, tem as linhas
Que olhar cigano caminha
Procurando alcançar
A nau perdida, o trem que chega
A nova dança, mata verde, esperança
Em suas tranças vou voar
Passarinho, vou voar
Meu alegre coração
É triste como um camelo
É frágil que nem brinquedo
É forte como leão
É todo zelo, é todo amor, é desmantelo
É querubim, é cão de fogo
É Jesus Cristo, é Lampião
Passarinho, eu vou voar
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: Geraldo Azevedo e Zé Ramalho
Arranjo de cordas: Paulo Machado
Violão: Geraldo Azevedo
Viola 10 cordas: Zé Ramalho
Guitarra: Robertinho de Recife
Piano: Paulo Machado
Baixo: Luis Alves
Bateria e percussão: Chico Batera
Coro: Amelinha, Lize Bravo, Mônica Schimidt, Cristina e Sheila
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Não Sonho Mais
(Chico Buarque de Hollanda)
Letra
Hoje eu sonhei contigo
Tanta desdita
Amor nem te digo
Tanto castigo
Que eu tava aflita de te contar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha
E se urina toda
E quer sufocar
Meu amor vi chegando
Um trem de candango
Formando um bando
Mas que era um bando
De orangotango pra te pegar
Vinha nego humilhado
Vinha morto-vivo
Vinha flagelado de tudo que é lado
Vinha um bom motivo pra te esfolar
Quanto mais tu corria, mais tu ficava
Mais atolava, mais te sujava
Amor, tu fedia
Empesteava o ar
Tu que foi tão valente
Chorou pra gente
Pediu piedade, olha que maldade
Me deu vontade de gargalhar
Ao pé da ribanceira acabou-se a liça
Escarrei-te inteira a tua carniça
E tinha justiça nesse escarrar
Te rasgamo a carcaça
Descemo a ripa
Viramo as tripa
Comemo os ovo
Ai, aquele povo pôs-se a cantar
Foi um sonho medonho
Desses que às vezes a gente sonha
E baba na fronha e se urina toda
E já não tem paz
Pois eu sonhei contigo e caí da cama
Ai, amor, não briga
Ai, não me castiga
Ai, diz que me ama
E eu não sonho mais
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base e viola: Otavio Burnier
Violão: Geraldo Azevedo
Baixo: Rubão Sabino
Sanfona: Dominguinhos
Pandeiro: Jackson do Pandeiro
Zabumba: Cícero
Triângulo: João
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Veio D'água
(Luiz Ramalho)
Letra
Um veio d’água na serra
É o olho d’ água
Um veio d’água no rosto
É uma mágoa a correr
Um pingo d’água no rosto
É uma tristeza
Um pingo d’água na rosa
É uma beleza pra se ver
Pode haver angústia no sorriso
Pode haver silêncio que difama
Pode estar mentindo quem te jura
Pode estar fingindo quem te ama
A moeda tem coroa e cara
O luar também clareia a lama
Pode haver um céu na água clara
Pode haver um véu na tua fama
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: Zé Ramalho e Luiz Ramalho
Arranjo de cordas: Paulo Machado
Violão ovation: Geraldo Azevedo
Viola de 10 cordas: Zé Ramalho
Sanfona e piano: Sivuca
Baixo: Jamil Joanes
Bateria: Elber Bedaque
Percussão: Robertinho Silva
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Razão de Paz
(Novelli / Márcio Borges)
Letra
Clareou razão de paz
Talvez porque seja bom
Laço que a serpente deu
Homem mais nenhum desfaz
Quem bateu decerto, errou
Quem levou de graça, viu
A bandeira do perdão
Labareda consumiu
De que serve ser doutor
E voltar palavra atrás?
Ou dizer que vai fazer
Sem mostrar que é capaz?
Clareou razão de ser
Palavra de bom rapaz
Laço que a serpente deu
Homem mais nenhum desfaz
Encontrar razão de ser
Talvez porque tudo bem
Ou senão talvez porque
Só se vive uma vez
Cobra d’água, beija-flor
Estrela ou vegetal
Seja homem ou o que for
Ninguém vai ficar pra trás
Encontrar razão de ser
Talvez porque tudo bem
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base, violão e baixo: Novelli
Viola de 10 cordas: Geraldo Azevedo
Violão elétrico: Pato
Flautas: Danilo Caymmi, Paulo Jobim e Franklin
Sanfona: Dominguinhos
Bateria e percussão: Robertinho Silva
Percussão: Bolão
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Baile de Máscaras
(Pedro Osmar)
Letra
Minha viola andava escondida
Descontente da vida, atarantada
Com as recentes notícias
Que vinham do meu amor
Com as recentes notícias
Que vinham do meu amor
É que nos últimos dez anos
Todas as violas andam escondidas
Descontentes da vida, atarantadas
Com as recentes notícias
Que vem lá do exterior
Com as recentes notícias
Que vem lá do exterior
Para encobrir a verdade
De tamanha tristeza
Todas as violas puseram máscaras
Vestiram roupa de mulher
Calçaram bota de soldado
E saíram por aí dizendo que era carnaval
E saíram por aí dizendo que era carnaval
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: Geraldo Azevedo e Pedro Osmar
Violão ovation: Geraldo Azevedo
Viola: Pedro Osmar
Guitarra: Lulu Santos
Sax e flauta: Nivaldo Ornellas
Baixo: Jamil Joanes
Bateria: Elber Bedaque
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Filho das Índias
(Vinicius Cantuária)
Letra
Irupixuna batiê, ela cantava
Filho das índias
Irupixuna batiê, ela dançava
Filho das índias
Mexiam com as tintas
Misturavam as cores
Falavam de amores
Tratavam da planta
Que cuidava a mente e o corpo
Seguindo o velho ritual
Tudo era normal
Marcavam seu tempo
Através da lua e do sol
Ôooooooo filho das índias
Ôooooooo filho das índias
Ôooooooo filho das índias
Ôooooooo filho das índias
Ôooooooo filho das índias
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base e guitarra: Vinícius Cantuária
Piano: Wagner Tiso
Baixo: Waldecy
Bateria: Robertinho Silva
Percussão: Bolão
Sax: Oberdan
Piston: Barrosinho
Trombone: Maciel
Coro: Lize Bravo, Mônica Schimidt, Cristina, Sheila, Paulo Machado, Geraldo Azevedo, Renato Rocha e Marcelo Falcão
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Ave de Prata
(Zé Ramalho)
Letra
É muito mais do que muito
Muito mais do que quantos anos todos piorei
É muito mais do que mata
Muito mais do que morrem todos pela planta do pé
É muito mais do que fera
Mais do que bicho se quiser procriar
Uma espécie: sementes da água, mistérios da luz
É muito mais do que antes
Mais do que vinte anos multiplicar
Dividir a mentira
Entre cabelos, olhos e furacões
Inventar objetos
Pela esfinge quando era mulher
Ave de prata
Veneno de fogo
Vagalume do mar
O mar que se acaba na areia
Gemidos da terra apoiados no chão
Entre todos que usam os dentes do arpão
Apoiados em cada parede pela mão
Pela mão que criou tantas trevas e luz
E cada coisa perdida
Perdidamente pode se apaixonar
Pela última vida
Poucos amigos hão de te procurar
Como é o silêncio
E nesse momento tudo deve calar
Numa história que venha do povo
O juízo final
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base e violão ovation: Zé Ramalho
Arranjo de cordas: Paulo Machado
Viola de 10 cordas: Geraldo Azevedo
Violão 7 cordas: Dino
Guitarra portuguesa: Robertinho de Recife
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Kukukaya (Jogo da Asa da Bruxa)
(Cátia de França)
Letra
São quatro jogadores nessa mesa
Frente a frente para jogar
São quatro cabras de peia no desafio
Jogo da bruxa em noite de lua cheia
São quatro jogadores nessa mesa
Dando as cartas do jogo sujo da vida
Kukukaya, eu quero isso aqui
Kukukaya, olha esse cachorro aqui, rêi, rêi
Kukukaya, eu quero isso aqui, rêi
Kukukaya, olha esse cachorro aqui
São quatro jogadores nessa mesa
Frente a frente, sem dar falsa folga a ninguém
São quatro cabras de peia
De riso dócil, de rima fácil
Não vá se enganar, hein meu bem?
Eu tenho dois olhos, eu tenho dois pés
Dos meus olhos vá pra meus pés
Dos meus pés
Pra dentro da terra
Da terra para a morte
O ovo é redondo, ventre redondo é
Vem amor, vem com saúde
Onde eu sou chama, seja você brasa
Onde eu sou chuva, seja você água
Onde eu sou chama, seja você brasa
Onde eu sou chuva, seja você água
Kukukaya, eu quero você aqui, rêi
Kukukaya, preste atenção em mim, rêi, rêi
Kukukaya, eu quero você aqui
Kukukaya, preste atenção em mim
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base e violão ovation: Geraldo Azevedo
Arranjo de cordas: Paulo Machado
Viola 10 cordas: Zé Ramalho
Viola: Zé Flávio
Guitarras: Lulu Santos
Baixo: Jamil Joanes
Piano: Paulo Sauer
Bateria: Elber Bedaque
Percussão: Robertinho Silva
Coro: Amelinha, Lize Bravo, Mônica Schimidt, Cristina e Sheila
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Cartão Postal
(David Tygel / Cacaso)
Letra
Eu sou manhoso, eu sou brasileiro
Finjo que vou, mas não vou
Minha janela é moldura
Do luar do sertão à verde mata
Nos olhos verdes da mulata
Nos olhos verdes da mulata
Sou brasileiro manhoso e por isso
Dentro da noite em meu quarto
Fico cismando na beira de um rio
Na imensa solidão de latidos de araras
Lívido, lívido
De medo e de amor
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: David Tygel e Geraldo Azevedo
Arranjo de cordas: Francis Hime
Violão: Geraldo Azevedo
Violão 7 cordas: Dino
Bandolim: Joel
Pandeiro: Jorginho
Clarinete: Netinho
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O Dia do Criador
(Walter Franco)
Letra
A terra é o mesmo lugar
Onde se canta pra poder dançar
A terra é o mesmo lugar
Onde se dança pra poder cantar
Eia céu, olha a lua cheia
Eia estrela da manhã
Eia mar, olha o grão de areia
Eia irmão, olha tua irmã
Chegando lá da ribeira
Chegando lá da ribeira
Chegando lá da ribeira
Chegando lá da ribeira
Chegando lá da ribeira
A terra é o mesmo lugar
Onde se canta pra poder sonhar
A terra é o mesmo lugar
Onde se sonha pra despertar
Eia fogo que te incendeia
Eia irmã, olha teu irmão
Eia sol que tudo clareia
Olha a água que sai do chão
Correndo pra cachoeira
Correndo pra cachoeira
Correndo pra cachoeira
Correndo pra cachoeira
Correndo pra cachoeira
A terra é o mesmo lugar
Onde se cansa pra poder deitar
A terra é o mesmo lugar
Onde se deita pra descansar
Eia vento que rodopia
Eia, eia, meu amor
Eia, eia, eia poesia
Olha o dia do criador
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
Chegando lá da ribeira
Correndo pra cachoeira
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
Entrando na brincadeira
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base e violão: João de Aquino
Viola: Geraldo Azevedo
Baixo: Luizão
Flauta: Waldemar Falcão
Bateria: Robertinho Silva
Percussão: Bolão e Boré
Coro: Mônica Schimidt, Neila, Lucínia e Nádia
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Bodocongó
(Humberto Teixeira / Cícero Nunes)
Letra
Eu fui feliz lá no Bodocongó
Com meu barquinho de um remo só
Quando era lua
Com meu bem remava à toa
Ai, ai, ai, que coisa boa
Lá no meu Bodocongó
Bodocongó Bodó Bodocongó
Meu canário verde, meu curió
Bodocongó Bodó Bodó
Bodó Bodocongó
Campina Grande eu vivo aqui tão só
Ai, ai
Campina Grande eu vivo aqui tão só
FICHA TÉCNICA:
Arranjo de base: Geraldo Azevedo e Dominguinhos
Violão ovation: Geraldo Azevedo
Viola: Zé Ramalho
Sanfona: Dominguinhos
Baixo: Novelli
Zabumba: Borel
Pandeiro: Zé Gomes
Triângulo: Zé Leal
Bateria: Robertinho Silva
-
Canta Coração
(Geraldo Azevedo / Carlos Fernando)
Letra